Exu na UmbandaMais uma vez gostaríamos de ressaltar que não é nosso objetivo aqui passar "fórmulas mágicas" do tipo: "Sua vida vai mal? Faça um "agrado" para o seu Exu ou para a sua Pomba Gira". Não meu amigo (a)... Não é esta a nossa proposta. Muito pelo contrário... A nossa proposta é justamente ajudar a desmistificar tudo isto. É entrar na luta, junto com outros irmãos umbandistas sérios, independentemente da ritualística praticada, mostrar que Umbanda de Verdade nada tem a ver com "trabalhinhos" que no final das contas só "agradam" a obsessores (kiumbas)... Que podem até dar a você a falsa impressão de "melhora", mas estão apenas preparando o terreno para sugar suas energias mais tarde, cobrando cada vez mais e mais... Pois são insaciáveis no seu desejo de fazer o mal. Isto não é e nem nunca foi Umbanda. Lamento desapontá-lo (a), mas você não verá isso acontecendo em nenhum verdadeiro terreiro de Umbanda! Não existe isso de que Exu tanto faz o mal como o bem e que depende de quem pede. Isto simplesmente não tem lógica alguma. Se não concorda me responda o seguinte: Como Orixá iria "colocar" Exu como Guardião se ele não fosse confiável? E se ele se "vendesse" por um despacho, por cachaça, bichos, velas e outros absurdos que vemos nas encruzilhadas? Além do mais, Exu não é idiota. Se até uma criança sabe o que é "certo" e o que é "errado", Exu não vai saber? Exu e Pomba Gira são espíritos em busca de evolução e compromissados com a espiritualidade superior. Agora, o que tem de obsessor que se faz passar por Exu e Pomba Gira não está no "gibi"! E a culpa é de quem? Dos médiuns invigilantes e trapaceiros! Que usam a sua mediunidade a serviço do astral inferior! Absurdos como esses que fizeram com que a Umbanda, os Exus e as Pomba Giras fossem tão execrados por outras religiões! Para começo de conversa, na Umbanda não há matança de animal e nem trabalho de amarração. Não fazemos trabalhos para trazer a pessoa em "X" dias de volta. Fuja correndo de quem cobra por consultas ou trabalhos. Na Umbanda não existe nenhum tipo de cobrança. Não existe barganha na espiritualidade superior! Existe sim na inferior. Se você estiver disposto (a) a pagar o preço, que pague. Mas não diga que foi na Umbanda que você fez esse tipo de coisa. Mesmo que o dono do lugar se diga de Umbanda e se apresente como Pai no Santo. Lembre-se sempre: a Umbanda é Caridade! Procuraremos explicar de maneira clara como se processa tudo isto. Em primeiro lugar dentro da Legião de Exu encontramos vários espíritos em diferentes estágios evolutivos. Aliás essa premissa vale para todas as falanges (caboclos, pretos velhos, crianças e exus). A título de exemplo peguemos aquele que está lá no "final da fila" (no nível 7 ou 8), de uma falange de Exus chefiada por Exu 7 Encruzilhadas, onde o nível 1 se "chama" Exu 7 Encruzilhadas. O Exu 7 Encruzilhadas e seus comandados, conseguiram açambarcar e convencer aquele irmão obsessor a não continuar no caminho que estava e o convidam a pertencer a esta legião (tudo isto com a devida vênia de Orixá). O irmão em tratamento aceita e começa a aprender as primeiras lições. Entretanto, por ainda se encontrar em um estado de debilidade, e não estar absolutamente convencido de que aquele seja o caminho certo, ou ainda, por estar apegado ao processo obsessivo do qual fazia parte, deixa-se seduzir pelas invocações dos médiuns invigilantes e maliciosos e vê neles a oportunidade de continuarem, agora com "pompas e galas", a obsediar pessoas.[1] Mas agora ele está, de certa forma, ligado a legião de 7 Encruzilhadas, e com esse nome ele se apresenta a um médium invigilante. Incorpora usando o nome de 7 Encruzilhadas e pronto! Está feita a bobagem! O médium pensa que é seu 7 Encruzilhadas que está ali e o espírito outrora em tratamento pensa que é seu 7. E ainda por cima sai dando consulta, atendendo pessoas e pedindo horrores, em nome de Exu. É exatamente aí que entra aquela história que Exu tanto faz o bem quanto o mal e que depende de quem pede. Um absurdo em nome de Exu e em nome da Umbanda. Quando um terreiro de Umbanda faz um trabalho de desobsessão, atraindo para a corrente da Casa esse espírito, ele se apresenta como 7 Encruzilhadas, mas os olhos treinados, e a própria corrente de Exu e de desobsessão da Casa não permitem que haja confusão. Exu é agente magístico que tem objetivo de defesa, e por isso como são comumente chamados no meio umbandista de Guardiões. São profundos conhecedores das armadilhas, trilhas e caminhos do astral inferior e apresentam-se com as mais variadas vestimentas astrais. Exu não tem chifre nem rabo. Exu não é o diabo. Um obsessor pode sim plasmar toda a vestimenta de um Exu, mas nunca poderá plasmar a sua Luz. Eles são nossos defensores, são a vibração mais próxima da terra e mais semelhante a nossa própria, entretanto Exu não está aqui para satisfazer as nossas vontades mesquinhas e menores. O nosso egoísmo e o jogo de interesses nos faz nos envolvermos muitas vezes e nos leva a cometer sandices em nome de Exu, atraindo para nós um "exu pagão" no lugar no nosso Exu de Lei ou Exu Guardião (esses sim compromissados com Orixá). Ao contrário do que muitos crêem, Exu não está a mercê de nossa vontade, mas segue as determinações dos Orixás. É claro também que, tal como nós, eles têm o seu livre-arbítrio, podendo também se desviar do caminho. Entretanto quando isto acontece, outros Exus no mesmo patamar evolutivo ou superior, além dos próprios enviados de Orixá, impedem que esse desvio atinja o médium que normalmente nem toma conhecimento do que aconteceu. Além do mais isso deve ser encarado como um fato isolado, e não como um acontecimento de toda falange, e faz parte de nossa obrigação como médiuns ajudar também os nossos guardiões, mantendo-nos sempre equilibrados e harmônicos com nossos Orixás, para que não lhes peçamos coisas que poderão "desviá-los" da sua real função, pois a verdade é que eles não se desviarão, mas poderão ser "atrapalhados" por nós. Todas as vezes que baixamos a nossa faixa vibratória, abrimos guarda para a manifestação de espíritos trevosos, dificultando os trabalhos de defesa de Exu e de proteção de nossos Caboclos e Pretos Velhos, portanto, o quanto o nosso Exu/Pomba Gira evoluirá, está intimamente ligado a o quanto nos empenhamos para que isto aconteça. Cultuemos então esses valorosos trabalhadores para que adquiram a evolução necessária para um dia virem a trabalhar como um representante e/ ou enviado de Orixá. Há que se entender de uma vez por todas que Umbanda e Candomblé são religiões absolutamente distintas, que guardam muito mais diferenças do que semelhanças. É como querer comparar a religião Católica com a Evangélica. Existem semelhanças? Sim como, por exemplo, os nomes de alguns Orixás, mas a forma de entendimento do que seja Orixá e principalmente a forma de culto a esses Orixás é absolutamente diferente. Com Exu não poderia ser diferente. O Candomblé o entende como sendo Orixá ou ainda nas palavras de Pierre Verger: "Exu é a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros e também a mais conhecida. Há, antes de mais nada, a discussão se Exu é um Orixá ou apenas uma Entidade diferente, que ficaria entre a classificação de Orixá e Ser Humano. Sem dúvida, ele trafega tanto pelo mundo material (ayé), onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural (orum), onde trafegam Orixás, Entidades afins e as Almas dos mortos (eguns)." Como a nossa discussão não diz respeito as interpretações do Candomblé, visto se tratar de outra religião, nos ateremos a Umbanda onde Exu não é Orixá. Não é Orixá porque Orixá é energia emanada de Zambi (Deus), representada na terra através das Forças da Natureza. Orixá é potencia de Luz. [1] Que fique claro que nesse estágio o espírito ainda não assumiu compromisso de fé e "batismo" junto a Orixá (ele ainda está em tratamento e aprendizado). É o que comumente alguns chamam de "Exu Pagão". Não gostamos e não usamos esse termo por envolver a palavra exu, que já é por demais mal compreendida. Mãe Iassan, Dirigente do CECP. |
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Ricardo Zapparoli
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